Anos 80

5.- It Takes A Nation Of Millions To Hold Us Back - Public Enemy / Paul's Boutique - Beastie Boys


O ano era o de 1988 e os Public Enemy lançavam o seu segundo álbum. Nem eles nem ninguém pensavam que alcançariam o sucesso que alcançaram. Numa altura em que o mundo pronuncia os Rage Against The Machine (RATM) como uns génios únicos dentro do género, os Public Enemy são esquecidos bem como o facto de que, sem eles, os RATM não teriam onde se inspirar.

Muitas vezes considerados como uma das mais controversas e influentes bandas dentro do rap, os Public Enemy começaram a tendência de apagar as linhas entre música e política, fazendo do rap uma arma social.
om a equipa de produção Bomb Squad, os Public Enemy criaram um som que misturava samples com funk clássico, enquanto brinca com a interacção entre a retórica política de Chuck D e o humor de Flavor Flav. No ano em que foi lançado, não era comum retratar-se o medo, a raiva, a paranóia e a ansiedade num só CD e, por isso, ficaram na História da música.
O álbum é um clássico do rap e veio influenciar tudo o que foi feito mais tarde, dentro e fora do género. A primeira faixa do álbum é “Bring The Noise”, onde Chuck D e Flavor Flav começam a agitar o ambiente. “Don’t Believe The Hype” é um hino à irreverência e, embora não seja tão cativante como o seu maior sucesso, “Fight The Power”, tem bastante significado. “Flavor Flav Cold Lampin’” é uma faixa hilariante que merece ser ouvida só pelo gozo.
O ritmo do álbum acalma um pouco durante uns tempos. Mais à frente, “Louder Than A Bomb” começa calmamente, mas pouco depois Chuck acaba com a calmaria e irrompe violentamente. “Night Of The Living Baseheads” é uma das faixas mais memoráveis do álbum graças a um vídeo tresloucado feito para a mesma. Esta foi das primeiras bandas a chamar à atenção para a epidemia das drogas nas cidades e esta faixa é um exemplo disso. Já em “Black Steel In The Hour Of Chaos” encontramos Chuck D mais irritado que nunca a falar de uma fuga da prisão e, embora seja ficcional, Chuck ainda consegue atingir tudo e todos desde o governo federal ao racismo.
No final, temos três faixas bombásticas e militantes ao extremo: “Rebel Without A Pause”, “Prophets Of Rage” e “Party For Your Right To Fight”. Esta última muito bem conseguida com as vozes a imporem-se ao mais alto nível.
Nenhuma banda ainda conseguiu igualar a proeza de atacar uma quantidade enorme de oponentes numa só faixa como os Public Enemy. O título dado ao álbum não foge à realidade, seriam mesmo necessários milhões para deter os Public Enemy.



Paul's Boutique é o segundo álbum de estúdio gravado pelo grupo norte-americano de hip-hop Beastie Boys, lançado em 25 de Julho de 1989 pela Capitol Records.
Tem produção dos Dust Brothers, e as gravações aconteceram no Mario G's Studio em Los Angeles e no The Opium Den no Brooklyn, Nova Iorque de 1988 a 1989. As mixagens de áudio foram feitas em Manhattan no Record Plant Studios.
Paul's Boutique foi inicialmente considerado um fracasso commercial pelos executivos da Capitol Records, pois suas vendas não coincidiam com vendas anteriores do grupo, e o selo decidiu parar de promover o álbum. Apesar disto, o álbum ganhou virou um cult ao passar dos anos. Altamente diverso, tanto no som como nas letras, Paul's Boutique assegurou aos Beastie Boys um lugar nos favoritos dos críticos e sendo reconhecido por muitos como sendo o magnum opus do grupo
Gravado para a Capitol Records, Paul's Boutique foi co-produzido pelos Dust Brothers, cujo extensivo e inovador uso dos samples em diversas camadas ajudaram a estabelecer a prática como uma arte. Apesar de os Dust Brothers estarem focados em fazer um disco com vários "hits", concordaram com o grupo em produzir um som mais experimental. No total, 105 músicas foram sampladas para o disco, incluindo 24 samples individuais somente na última faixa. Os samples utilizados em Paul's Boutique foram utilizados sem permissão, o que só foi possível porque o disco foi produzido antes de Gilbert O'Sullivan processar o rapper Biz Markie, o que mudou para sempre a história do uso do sample na música.
"Fuck that!! This is the record, with no fucking single!... Fuck "Brass Monkey"! None of that fast-rapping commercial shit!"

4.- Closer - Joy Division


Closer é o segundo e último álbum de estúdio da banda inglesa de pós-punk Joy Division, sendo considerado um dos mais importantes álbuns do movimento pós-punk. As músicas foram gravadas sob uma abóbada de estuque especialmente construída, a fim da captar a ressonância de uma capela.
Por problemas na tiragem, o álbum só foi lançado em junho de 1980, depois do suicídio do vocalista Ian Curtis, tornando-se um álbum póstumo. A capa, que mostra a foto de uma lápide de cemitério, foi concebida antes da morte de Ian Curtis, mas acabou sendo uma infeliz coincidência.
Depois da boa crítica do álbum de estreia Unknown Pleasures (1979)  mais directo e pesado, Closer vinha recheado de sintetizadores e a atmosfera fica em torno da sonoridade de Kraftwerk e David Bowie fase Berlim. A capa do álbum, por si só, já apresenta um enigma. Uma cena fúnebre, sem referências nos créditos (que não existem no disco). A estética minimalista da Factory seria uma característica dos Joy Division e depois seguida pelo New Order. Nenhuma foto dos integrantes ou relação das músicas. Acima da ilustração, apenas o singelo título “Closer” (mais perto) – seria um convite para o ouvinte se aproximar e tentar decifrar os mistérios e nuances da sonoridade dos Joy Division?
Além da sonoridade, a banda tinha a genialidade e beleza mórbida das letras de Ian Curtis. A poesia lúgubre expressa por meio de descrença e pessimismo na tradição dos românticos como Charles Baudelaire e William Blake.

3.-  Daydream Nation - Sonic Youth


E em 1988 o Sonic Youth surpreende os fãs e a crítica com o lançamento do descomunal duplo “Daydream Nation”(já por uma nova gravadora a Enigma Records), uma obra-prima em toda a sua excelência do termo. O disco marca o ápice da carreira do Sonic Youth.
Ressalvando claras influências dos legendários Velvet Underground, nunca as guitarras de Lee Ranaldo e Thurston Moore soaram tão bem e sua combinação é tão orgânica que cada guitarra parece preencher lacunas deixadas pelas outras nas canções que compõe o disco. Cada riff, cada solo tudo parece ter sido propositadamente encaixado fazendo com que as músicas deste disco soem bastante coesas, apesar das múltiplas camadas sonoras. Além disso as composições do disco exalam frescura e um sentimento de revolta de uma geração cada vez mais rodeada pela MTV e pelo Rock Comercial (que começava a tomar conta dos topos de sucesso naquele período) e em conflito com uma sociedade que tinha cada vez menos a ver com os anseios da juventude. De modo que o álbum em si pode ser considerado como uma verdadeira “radiografia” da juventude daquela época, razão pela qual os Sonic Youth são uma das bandas mais representativas do Rock do fim dos anos 80 e inicio dos anos 90.


2.- The Queen is Dead - The Smiths


The Queen is Dead é o terceiro álbum de estúdio da banda inglesa The Smiths, lançado em 1986. A capa é uma foto do actor Alain Delon, datada de 1965, como se estivesse morto. Para os Smiths significava o fim de um período marcado pelo tédio, seria a libertação das tradições aristocráticas da Inglaterra.
Esta é sem duvida a obra prima dos Smiths. Lançado em 1986, chegava às paradas internacionais com o hit The Boy With the Thorn in His Side. Esta música marcou também a gravação do primeiro vídeo clipe da banda, já que anteriormente apenas versões ao vivo de suas músicas haviam sido gravadas. Mas nem tudo deu certo: antes mesmo do lançamento do álbum, o baixista Andy Rourke deixa a banda sem maiores explicações e Craig Gannon entra como segundo guitarrista. Já com esta formação é que lançam o primeiro single do álbum, Bigmouth Strikes Again. Curiosidade: Gannon não aparece nos créditos do The Queen is Dead.
Independente disso, este disco mostra uma reviravolta na carreira dos Smiths, o sucesso começa a bater na porta de Morrissey e Marr e as criticas à realeza, ao governo de Margareth Tatcher e à imprensa, que apareciam de forma subtil nos trabalhos anteriores, vem com força total. A faixa titulo é uma afronta ao modo de vida da Rainha e seus filhos. Bigmouth Strikes Again, ou na tradução livre, "o desbocado ataca novamente", indica o que a banda achava dos tablóides sensacionalistas britânicos.
De realçar a faixa "There is a Light Who Never Goes Out" uma emocionante narrativa em primeira pessoa, considerada por muitos fãs a mais bela das canções já escritas, fala sobre alguém que se declara feliz se tivesse a hipótese de morrer ao lado da pessoa que ama e a quem confia plenamente seu destino.

1.- Purple Rain - Prince & The Revolution


Purple Rain é um álbum de estúdio de Prince e The Revolution, trilha sonora do filme de mesmo nome. O álbum foi lançado em 25 de Junho de 1984 pela gravadora Warner Bros. Records.
Foi em 1984 que Prince dá a cartada final para se tornar um superstar. Purple Rain é lançado juntamente com o filme de mesmo nome. O disco vendeu mais de 13 milhões de cópias e ficou 24 semanas consecutivas na parada do Billboard 200. O filme,  foi definido pelo crítico Joe Queena como "sexista, juvenil e mentecapto", arrecadou somente nos EUA, 80 milhões de dólares nas bilheterias. Purple Rain provou que Prince era um sucesso, um super estrela. Duas faixas de Purple Rain, "When Doves Cry" e "Let´s Go Crazy" chegaram ambas no topo dos singles dos EUA e viraram hits internacionais, enquanto a faixa título chegaria ao número 2 do Bilboard Hot 100. Simultaneamente, Prince aparecia como estrela do filme, single e álbum número 1 dos EUA. Prince ganha ainda o prémio de melhor canção original, o Óscar da Academia por Purple Rain além de melhor banda sonora de filme, e o álbum foi escolhido pela Rolling Stone como um dos 500 melhores álbuns de todos os tempos.
A chave do sucesso de Purple Rain foi o som de Prince, é impossível de definir. O funk eletrónico vulgar pelo qual era antes conhecido deu lugar a uma nova mistura de rock, pop e soul que incorporava guitarras distorcidas a batidas eletrónicas em músicas como “When Doves Cry” e “Computer Blue”. A faixa-título do disco foi  uma tentativa que Prince fez de compor rock no estilo country de Bob Seger.
Prince sabia que não conseguiria atingir sucesso a nível mundial a menos que se contivesse um pouco nas letras. Ele fez o possível, mas, com “Darling Nikki”, Prince foi parar novamente nos livros da história, tornando-se o responsável quase directo pelos selos de “Parental Advisory - Explicit Lyrics” (Advertência aos Pais - Letras Explícitas) dos discos norte-americanos.

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